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LGBT / Aceitação

Eduardo Leite fala sobre processo de aceitação: "Só me senti seguro depois que já me conheciam por meu trabalho"

O governador Eduardo Leite contou detalhes do processo de aceitação de sua orientação sexual

Redação Publicado em 23/02/2024, às 11h00

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Eduardo Leite fala sobre processo de aceitação: "Só me senti seguro depois que já me conheciam por meu trabalho" - Instagram
Eduardo Leite fala sobre processo de aceitação: "Só me senti seguro depois que já me conheciam por meu trabalho" - Instagram

Eduardo Leite foi muito sincero sobre sua vida particular. O governador do Rio Grande do Sul falou sobre o processo de aceitação e entendimento de sua orientação sexual. O político disse que, ao se entender como um homem gay, optou por não criar uma falsa imagem de homem hétero.

"As pessoas especulavam e comentavam. Quando enfim me entendi como gay, não quis expor ao mundo, mas tomei uma decisão: não iria assumir um personagem, tentando convencer os outros de que era heterossexual, aparecendo com mulheres ou fingindo ser casado", falou em entrevista a Veja. 

O governador falou sobre o momento em que entendeu que sentia atração por homens: "Na adolescência, me peguei pensando sobre isso, mas não fui fundo no sentimento. Talvez por todo o contexto: fui criado em um ambiente mais conservador, estudei em escola católica, e você cria uma barreira sem se dar conta. Tive bons relacionamentos com mulheres, verdadeiros, e cheguei a ficar quatro anos com uma amiga de faculdade, por quem realmente me apaixonei. Só aos 25 anos o interesse por homens se fez claro para mim e me permiti vivê-lo. Àquela altura, já era vereador.".

"Você se pergunta como as pessoas vão reagir. Tinha um namorado em São Paulo, vivia viajando e, um dia, minha mãe quis saber por quê. Resolvi revelar ali que estava envolvido com um homem. 'Por que então escolheu a vida pública?', ela me perguntou. Como toda mãe, tinha medo de que eu sofresse", disse ele.

Sobre o processo de se assumir publicamente como um homem gay, Eduardo contou que preferiu que as pessoas confiassem em seu trabalho primeiro.

"Na época de prefeito, tive um namorado, com quem fiquei. Só me senti seguro depois que já me conheciam por meu trabalho por sete anos, e saía da cidade para encontrá-lo. O preconceito pesa, mas não me impediu de ser reeleito governador do Rio Grande do Sul, estado tido como conservador.", falou.

"Aos 27 anos, quando decidi me candidatar à prefeitura, um assessor de meu gabinete avisou que os adversários diziam ter uma foto minha com um homem. Respondi que, mesmo que fosse verdade, não iria ceder à chantagem. A tal fotografia nunca apareceu, mas, nos debates, recebia mensagens anônimas, ameaçando: ‘Vou divulgá-la.’ É curioso que as agressões vêm de onde você menos espera e se fiam em argumentações inacreditáveis. […] Já ouvi até que eu não seria gay de verdade e que me apresentava assim apenas para ganhar destaque na imprensa.", contou ele.