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LGBT / Terapia de conversão

Príncipe gay da Índia detalha torturas que sofreu na terapia de conversão

Manvendra Singh Gohil foi vítima de uma série de tratamentos abusivos

Máxima Digital Publicado em 02/05/2022, às 16h30

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Príncipe gay da Índia detalha torturas que sofreu na terapia de conversão - Internet
Príncipe gay da Índia detalha torturas que sofreu na terapia de conversão - Internet

Manvendra Singh Gohil, primeiro príncipe abertamente gay da Índia, se posicionou contra a "terapia de conversão". O nobre detalhou sua experiência pessoal com esse tipo de tratamento e narrou uma série de torturas as quais foi submetido no processo, segundo as informações da People.

O Príncipe assumiu publicamente sua orientação sexual em 2006 e contou ao portal Insider que havia falado com Maharaja e Maharani de Rajpipla, seus pais, em 2002 sobre ser um homem gay. Na ocasião, eles o levaram a uma sequência de médicos e guias que o submeteram à terapia para que ele "mudasse" sua sexualidade. 

"Eles [os pais] achavam que era impossível que eu pudesse ser gay porque minha educação cultural foi muito rica. Eles não tinham ideia de que não havia conexão entre a sexualidade de alguém e sua criação", contou ele. 

Manvendra prosseguiu narrando a história: "Eles abordaram médicos para operar meu cérebro para me endireitar e me submeteram a tratamentos de eletrochoque"

O príncipe ainda disse que, durante o tratamento, se sentiu deprimido e chegou a ter pensamentos suicidas.

O nobre comentou achar importante que pessoas como ele se posicionem contra essa prática para que ela seja proibida. 

"Agora temos que lutar por questões como casamento entre pessoas do mesmo sexo, direito à herança, direito à adoção. É um ciclo sem fim. Eu tenho que continuar lutando.", disse. 

O Príncipe teve um casamento arranjado com uma mulher, mas o relacionamento não deu certo. Em 2013, ele casou com seu esposo e os pais o renegaram publicamente.

"No dia em que saí, minhas efígies foram queimadas", contou.

Ele prosseguiu: "Houve muitos protestos, as pessoas saíram às ruas e gritaram slogans dizendo que eu trouxe vergonha e humilhação para a família real e para a cultura da Índia. Houve ameaças de morte e exigências para que eu fosse destituído do meu título.".

Mesmo tendo passado por situações dolorosas, Manvendra segue defendendo os direitos da comunidade LGBTQIA+.

"Minha decisão de converter meu estabelecimento real em um centro comunitário LGBTQA surgiu da minha própria experiência de vida quando fui deserdado pela família", disse à BBC.

Ele continuou: "Isso é exatamente o que acontece com qualquer outra pessoa LGBT na Índia. As pessoas ainda enfrentam muita pressão de suas famílias quando se assumem, são forçadas a se casar ou são expulsas de suas casas. Muitas vezes, elas não têm para onde ir, sem meios para se sustentar".