Jessica Diskin transforma lixo em obra de arte - Divulgação
Criatividade a mil

Do lixo ao luxo: artista brasileira transforma materiais recicláveis em obras de arte

Jessica Diskin é a artista plástica da UP Time Art Gallery que faz do seu trabalho nas telas um chamado à conscientização do poder feminino e de problemas sociais da atualidade

Máxima Digital Publicado em 03/02/2021, às 13h43

Ela transforma lixo em luxo, em obra de arte. Conheça a história de Jessica Diskin.

“Eu busco inspiração em tudo o que vejo. Não deixo ninguém jogar nada fora. Se vejo amigos jogando garrafas de cerveja, já corro para pegar o rótulo. Se alguém viaja, já sabe que o melhor presente para me trazer é uma mala cheia de jornais, revistas e rótulos estrangeiros que seriam descartados... Afinal, o que é luxo e o que é lixo? É uma pergunta que simplesmente não tem uma resposta certa e é isso que eu tento passar para o público na minha arte”, aponta.

Como uma verdadeira cronista visual, a artista retrata em suas obras o cotidiano que revela e expõe múltiplas mensagens ao observador, que se depara com os vícios explícitos e dependências ocultas no consumismo em massa, além de todos os absurdos que, passivamente, são ocultados e ainda aceitos na sociedade, entre eles, a indiferença, o preconceito, o machismo, a política, a exploração, a desigualdade e a violência.

Para isso, a arquiteta de formação e artista que faz parte do time da UP Time Art Gallery, galeria de arte itinerante que reúne artistas do Brasil e de países da Europa, combina elementos da arte e da moda por meio de colagens e técnicas mistas feitas com materiais descartados como revistas, jornais, rótulos de bebidas, embalagens, sacolas de marca e até caixas de cigarro vazias, que se combinam ao acrílico e ao vidro para se tornarem arte a serviço da crítica social e da afirmação inequívoca do poder feminino.

Influenciada desde o início por Jackson Pollock e Picasso, a artista plástica deixou a arquitetura e o design de interiores para viver sua grande paixão. Depois de perceber que suas personalizações, peças de acrílico e quadros faziam sucesso com o público, Jessica decidiu abrir, em 2019, o Ateliê JD, espaço em São Paulo em que ela concentra toda a sua inspiração, produção e criatividade. De lá para cá, a sua carreira vem crescendo cada dia mais.

PANDEMIA

Com a chegada da pandemia, muitos setores foram afetados, estabelecimentos precisaram ser fechados e se instalou o medo e a insegurança. Para a artista brasileira, o isolamento, que se fez obrigatório, não foi diferente da grande maioria e, como passatempo, ela decidiu montar um quebra-cabeça dos Beatles, artigo de entretenimento que, nas mãos de Jessica, não deixou de se tornar arte, compondo parte da sua obra batizada de Past Masters (Mestres Anteriores, em português).

“Passei dias e dias montando um quebra-cabeça de 2000 peças. Na hora em que, enfim, acabei, eu pensei: agora vou desmontar tudo para fazer virar uma arte. Misturei partes dele com recortes de notícias sobre o novo coronavírus e, assim, nasceu um retrato de 2020 e do momento que, apesar de difícil e com todas as diferenças sociais, políticas e religiosas, comprovou, mais uma vez, que o mundo é um só e que somos todos iguais”, finaliza.

 

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