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Comportamento / Entrevista

Ativismo, atuação, empoderamento feminino e mais! Day Mesquista conta detalhes de sua trajetória arte

A artista bateu um papo exclusivo com a Máxima Digital e falou sobre sua vida profissional e pessoal

Gabriele Salyna Publicado em 23/04/2021, às 16h20

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Day Mesquista conta detalhes de sua trajetória arte - Adri Lima
Day Mesquista conta detalhes de sua trajetória arte - Adri Lima

Day Mesquista é uma artista completa! Sua carreira no universo da arte começou bem cedo pela dança e foi se transformando no que é hoje. 

A estrela ouviu a voz de seu coração e o ativismo falou bem alto. Day é apoiadora de causas sociais e batalha para que mais pessoas sejam ouvidas. 

E ainda não parou por aí! A artista defende os direitos das mulheres e dá um show de empoderamento feminino. 

A Máxima Digital convidou Day para um bate-papo exclusivo sobre sua trajetória na arte, vida pessoal e profissional.

MÁXIMA DIGITAL: Você une a arte com ativismo, você sempre teve esses ideais?

DAY MESQUITA: Aos 6 anos minha mãe me colocou em um curso de pintura, aos 7 comecei o ballet clássico e o jazz, então, incentivada pelos meus pais, a arte sempre esteve presente na minha vida desde muito nova. Eles não são artistas, mas sempre viram a importância desse contato no desenvolvimento humano e sempre fizeram questão de manter a mim e minha irmã em contato com a arte, não só praticando nas aulas que fazíamos mas também nos levando ao teatro, exposições, museus...

Minha primeira profissão, meu primeiro trabalho, começou quando me tornei professora de ballet em escolas infantis e depois também em uma escola como voluntária, e nesse tempo em que dei aulas para crianças e pré-adolescentes, era transformador ver a motivação e a mudança em termos de timidez e segurança de algumas crianças que ali estavam descobrindo uma nova paixão ou algo que viram que adoravam fazer, isso me fez perceber ainda muito nova o poder que a arte tem e o poder que cada um de nós tem em fazer a diferença na vida de alguém. Num país como o nosso, infelizmente isso às vezes não é tão valorizado ou incentivado, mas acredito que crescer num ambiente que via a importância da arte foi fundamental, transformador para mim, não só pelo fato de eu ter escolhido esse caminho como profissão, mas porque todas essas ações foram parte da minha base para me tornar quem sou hoje, com vontades e características que me fazem questionar o mundo em que vivemos em busca de maneiras mais humanas, igualitárias e sustentáveis de se viver. O ativismo é um movimento que visa transformação, e se eu puder transformar positivamente a alguém com a arte, assim eu farei com muita alegria.

MÁXIMA: Qual foi o momento que você viu que sua voz representava várias outras pessoas?

DAY:A partir do momento em que fui ganhando um reconhecimento maior na minha profissão e senti que podia dar voz às causas que acredito, comecei a usar mais essa voz. Acho que antes de começar a me engajar mais nos movimentos que acredito, via isso também como uma grande responsabilidade, o que talvez tenha me segurado um pouco em abordar mais assuntos como esse no início da minha vida mais “pública”, mas hoje vejo com muito mais carinho essa situação, afinal estamos todos em evolução e em constante aprendizado. Busco ter conhecimento para falar sobre as coisas que acredito, mas sempre procurando humildade e maleabilidade para aprender, especialmente quando falo sobre assuntos que não são do meu lugar de fala ou domínio. Vejo o momento atual como um momento muito importante, onde estamos discutindo e ressignificando muitos aspectos em nossos comportamentos em busca de igualdade, então se posso ser mais uma formiguinha no meio desse grande trabalho, farei isso com muito prazer.

MÁXIMA: Você acha que as mulheres sofrem opressões no ramo do trabalho?

DAY:Muitas vezes sim. Visto que vivemos em uma sociedade patriarcal, temos volta e meia uma herança até inconsciente que faz nossas ações seguirem um hábito que precisa ser repensado e mudado. O que eu acho é que por isso eu, por exemplo, (talvez também como boa parte das pessoas) vivi boa parte da minha vida achando normais certas atitudes ou situações, e hoje vejo esse movimento de ressignificar, estamos olhando esse movimento como uma forma de repensar tudo e adotar novos padrões de comportamentos que não permitem qualquer tipo de opressão. Mulheres ganham em média 30% a menos do que os homens desempenhando mesmas funções e muitas vezes trabalhando mais. Precisamos cada vez mais falar e entender que certas situações não são normais e muito menos aceitáveis. Temos que olhar tudo de uma forma mais humana.

MÁXIMA: Você já se sentiu diminuída ou silenciada por ser mulher?

DAY:Existiram atitudes no passado, que com a consciência que tenho hoje, consigo perceber que acabei sendo silenciada, mas na ocasião em que aconteceu não cheguei a me dar conta de que aquilo seria algo tão mais grave ou prejudicial,  e que era por diferença de gênero. Mais um motivo do porquê é tão importante cada vez mais termos consciência e discutirmos, falarmos sobre assuntos como esse para que a gente saiba identificar e não mais aceitar quando passar por algo do tipo.

MÁXIMA: Você acredita que a arte serve como ferramenta de inclusão social?

DAY:Com certeza! Eu vejo a arte como um meio importante de sociabilização, conhecimento, informação e cultura, e isso, além de tantas outros pontos positivos, também faz da arte uma boa ferramenta de inclusão e, um país mais inclusivo, com mais educação, oportunidades, e arte para todos, teria certamente um futuro muito mais promissor.

MÁXIMA: Como a arte pode mudar o mundo?

DAY:A arte pode transformar e ressignificar muita coisa, e acredito que é uma boa forma de enxergar e entender o outro, fazer pensar e se questionar sobre algo, e quanto mais isso for presente em nossas vidas, esse olhar com entendimento ao outro, mais as relações humanas podem ser maleáveis e harmoniosas, especialmente hoje em dia quando vivemos num mundo extremamente polarizado.