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Comportamento / Casamento às Cegas Brasil

Casamento às Cegas Brasil: Psicólogo explica sentimentos durante a dinâmica do programa

Alexander Bez falou se é realmente possível se apaixonar no 'Casamento às Cegas Brasil'

Máxima Digital Publicado em 05/01/2023, às 17h00

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Casamento às Cegas Brasil: Psicólogo explica sentimentos durante a dinâmica do programa - Instagram
Casamento às Cegas Brasil: Psicólogo explica sentimentos durante a dinâmica do programa - Instagram

Os novos capítulos da segunda temporada de Casamento às Cegas Brasil chegaram à Netflix nessa quarta-feira, 4. O reality show voltou com tudo em 28 de dezembro, com o lançamento de quatro episódios recheados de drama e romance. 

Mas, a questão que não quer calar: é possível se apaixonar verdadeiramente por alguém sem nenhum contato visual?

O psicólogo Alexander Bez explicou a questão: "Reality shows ‘matrimoniais’ são essencialmente iguais aos outros realities convencionais. A possibilidade de se envolver ‘antecipadamente’ com uma pessoa desconhecida está ligada ao mecanismo de ‘expectativa fantasiosa’, onde essa é que vai liderar a questão de uma aproximação mais profunda ou não. Quando falamos em ‘Blind Dates’, falamos em expectativas, desejos e vontades. No entanto, a principal prerrogativa é a pessoa estar aberta à paixão, ao encontro, a conhecer a pessoa. A paixão mesmo, enquanto sentimento, só pode acontecer a partir do momento em que há o que chamamos de ‘encontro de almas’. Antes disso só mesmo a fantasia e a expectativa criadas. Apaixonar-se por alguém sem que haja o contato visual já previamente estabelecido é inexistente, emocionalmente e sentimentalmente, dentro de um plano psicológico real, precisa haver o contato visual. Caso contrário, a relação será moldada por um delírio, até que esse perca a sua validade mental.".

Após essa etapa do programa, os participantes se conhecem pessoalmente e convivem por pouco mais de um mês juntos, para terem um gosto do que será a vida cotidiana do casal caso firmem o matrimônio. Será que esse tempo seria suficiente para alguém decidir se realmente quer se casar com a outra pessoa?

O especialista explicou como que funciona na questão emocional. "Para conhecer uma pessoa de verdade mesmo, psicologicamente falando, precisa de décadas. Mas como é um reality show, não teremos esse tempo. No entanto, havendo o elemento da 'identificação', enquanto sendo sempre o primeiro pilar, é possível que as ‘pétalas do conhecimento conjugal’ possam desabrochar, e assim, as pessoas irem se conhecendo aos poucos nesse espaço cronológico (mesmo que restrito), avaliando diariamente se há ou não, possibilidades de a relação ser aprofundada. Porque assim teremos os componentes do raciocínio lógico, contrapondo-se com as aspirações fantasiosas do ‘se encantar’ previamente ao encontro pessoal. Lembrando também, que não há identificação sem que haja o contato visual. Havendo uma formação sólida da identificação, a relação também pode ser abastecida pela implementação da ‘complementação emocional’, já começando a entrar nos moldes pertencentes ao pilar matrimonial.", falou.

De acordo com a diretora do reality, no amor "o brasileiro é mais emocionado", o programa possui edições em outros países, como Estados Unidos e Japão, mas é aqui que os casais são mais passionais.

"Todas as etnias latinas são bem mais emocionais. Concordo plenamente com essa afirmação. Países não latinos, não têm aquele ‘tcham’ do envolvimento, da entrega a dois. Mas, claro que para haver entrega e dedicação, o caráter da idoneidade pessoal entra como um ‘pré-pilar’ relacional.", disse o especialista.

Realities show geralmente são um resumo da nossa sociedade, em 'Casamento às Cegas' não é diferente, é comum surgirem temas como machismo, gordofobia, entre outros assuntos polêmicos.

"Polêmicas existem em todos os lugares. Principalmente pela falta de respeito ao outro, pela carência da intolerância, pela inabilidade de lidar com as diversidades. Entretanto, nesse tipo de reality, em que a essência é conjugal, é essencial que a produção procure pessoas que se assemelhem em suas preferências, tanto físicas, quanto emocionais e preferências de vida como um todo, de acordo com uma pré-avaliação. E mesmo assim, pessoas que se dispõem a participarem desse tipo de programa têm que estar preparadas psicologicamente, saber que deve sempre colocar o respeito em primeiro lugar, e entrarem sabendo que ‘contratempos’ podem acontecer, como uma não identificação, entre outros pontos, para assim estarem preparados. As relações a dois desenvolvem uma importante representação na vida das pessoas, as mágoas relacionais podem causar traumas que devem ser tratados, para não serem descontados em novos parceiros. Relações já são extremamente complexas, adicionar mais complexidade é desnecessário, para isso há a identificação unindo os participantes.", finalizou o psicólogo.