Enedina Alves Marques foi a primeira engenheira negra do Brasil
Máxima Digital Publicado em 13/01/2023, às 15h30
Enedina Alves Marques é um marco para a história do Brasil e, nesta sexta-feira, 13, foi a grande homenageada do Google.
Filha de um lavrador e uma empregada doméstica, ela foi a primeira engenheira negra do país e recebeu a homenagem no dia em que completaria 110 anos.
Enedina se formou em engenharia civil em 1945, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.
O caminho não foi fácil, mas a engenheira nunca desistiu da educação e batalhou entre estudos e trabalho para se graduar.
Lindamir Salete Casagrande escreveu um livro infantil inspirado na história de Enedina e, nele, ela abrange o motivo da vivência dela ser tão importante e inspiradora.
"A universidade não era pensada para mulheres e nem para pretos. Pense: foi uma mulher preta, pobre, filha de escravos libertos que sobreviveu em uma turma com homens brancos da elite. Foi uma batalha muito árdua e significativa.", declarou Lindamir.
Lizete Marques, de 84 anos, sobrinha de Enedina enalteceu a história da tia e falou que ela é uma inspiração, inclusive, dentro de casa.
"A vida dela não foi fácil. Ela lutou muito para se formar. Foi a única dos sete irmãos, todos homens. Ela era a única mulher. Eles todos trabalhavam e ela foi a única que estudou. Só que antigamente o estudo não era valorizado como é agora", falou ela.
Engenheira de sucesso, Enedina participou de grandes obras no Paraná, sendo uma delas a Usina Capivari-Cachoeira, atualmente chamada de Usina Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, que é a maior central hidrelétrica subterrânea do sul do Brasil.
"Imagine o que significa uma mulher negra tocar a obra da usina em um campo no meio do mato? Como dizem, é bem provável que ela carregasse um revólver na cintura, e que de vez enquanto ela desse uns tiros para o alto. Era uma necessidade muito grande de se fazer respeitar.", disse Maria Rita de Assis César sobre a história de Enedina.
