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Famosos / Transmissões ao vivo

Prazer ou carência? Entenda quais são os efeitos psicológicos das 'lives' no comportamento humano

A psicóloga Marina Prado Franco explicou como as transmissões ao vivo podem mexer com o lado emocional do público

Máxima Digital Publicado em 22/04/2020, às 12h14

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Entenda quais são os efeitos psicológicos das 'lives' no comportamento humano - Freepik
Entenda quais são os efeitos psicológicos das 'lives' no comportamento humano - Freepik

Neste período de quarentena, muitos artistas estão em busca de proporcionar entretenimento para seu público. 

Com isso, eles desenvolveram um novo estilo de show, conhecido como 'Live'. Este método consiste em transmissões ao vivo em que o ídolo fique em sua casa proporcionando uma atração e seus fãs assistam via internet. 

A lista de astros que já aderiram a essa modalidade cresce cada dia mais. Gusttavo Lima, Marilia Mendonça, Sandy & Júnior, Dennis DJ. Até o show dos Amigos, composto por Zezé di Camargo e Luciano, Leonado e Chitãozinho e Xororó já entrou na moda. 

A psicóloga Marina Prado Franco, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e mestre em Psicologia Clínica, explica quais são os efeitos destas lives no comportamento humano. 

Prazer ou carência? Marina explica que é preciso observar como o interior de cada pessoa reage durante a transmissão ao vivo para que isso não seja um motivador de piora, afinal, o intuito das lives é proporcionar alegria ao público.

MÁXIMA DIGITAL: As Lives dos artistas ajudam as pessoas a se sentirem melhor nesse período de quarentena?

MARINA PRADO FRANCO:Sim, as lives que estão acontecendo aqui no Brasil, principalmente dos cantores sertanejos, já se tornaram uma febre. Elas podem fazer com que as pessoas que assistem se sintam melhores, bem. Deve ser observado que algumas podem se sentir piores, não se sintam tão bem. Se a proposta da live é juntar as pessoas, proporcionar alegria com músicas que elas gostam, ver o artista, então, dessa forma, ter um momento de lazer é extremamente positivo. A gente tem que tomar cuidado quando essa live se torna um motivo para que eu me sinta mal, carente, necessite de uma bebida alcóolica. Se isso não acontece, a live é um momento de lazer, descontração, ouvir músicas que você gosta, sentir-se conectado com pessoas e com o artista.

MÁXIMA: Nesse período de quarentena, em que está todo mundo confinado, podemos perceber que os cantores são " gente como a gente". Ver esse lado mais humano do ídolo pode ser positivo?

MARINA:Sim, nessas lives, a gente consegue ver nossos maiores ídolos de uma forma que a gente nunca viu antes, em seu próprio ambiente, que eles vivem no dia a dia, com os filhos, comendo, de uma maneira bem descontraída, conversando muito mais com os espectadores. Então, sim, a gente consegue se sentir muito mais próximos, íntimos, de nossos artistas. Conseguimos ver esse lado mais humano, porque eles também estão vivenciando essa pandemia e percebemos que não é só com a gente. Vemos que eles também estão em isolamento e com restrições em suas vidas. Percebemos que não estamos sozinhos e as restrições são colocadas independente de quem são as pessoas. Desta forma, nos sentimos mais próximos deles e vemos a questão da humanidade. 

MÁXIMA: Muitas pessoas acabam bebendo um pouco mais durante as Lives. Além de ser ruim para  a imunidade pode ser ruim também para o lado psicológico?

MARINA:Sim, as lives tem um caráter positivo quando temos um momento de prazer em que a gente se sente mais conectado e próximo dos ídolos. Porém, isso pode ser perigoso quando percebemos que só conseguimos assistir essa live acompanhada de uma bebida alcoólica ou quando já estamos planejando o que iremos consumir de bebida naquela live. Elas estão crescendo em número, então se em cada live tiver o consumo de bebida, olha quando o brasileiro irá consumir de álcool. Além de baixar a imunidade, pode ser ruim para a parte psicológica, porque pode ser um fator que pode ser um desencadeador de uma dependência do álcool. O álcool, por si só, é uma substância extremamente com poderosa na causa de dependência. Então é preciso cuidado para, lá na frente, não gerar nenhum problema de dependência.

MÁXIMA: Em muitas músicas sertanejas muito se fala de beber e ligar para o ex. Quando saber se é realmente saudade do ex ou apenas uma recaída por causa da bebida?

MARINA:Acho que um dos indícios que pode dizer que você realmente está sentindo falta do seu ex ou que é uma recaída da bebida é você se observar fora desses momentos dessas lives e quando você não esta ouvindo essas músicas. É fazer esse comparativo para saber se é saudade ou uma recaída, é saber se você, quando não esta neste contexto, como você se comporta, você sente falta do seu ex, quer ligar para ele ou não? Esse é um grande sinalizador.