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Dia de recomeço: feliz aniversário!

É uma delícia ganhar festa, presente e palavras de carinho no dia em celebramos mais um ano de vida. Mas já pensou que cada ciclo concluído abre caminho para o recomeço?

Máxima Digital Publicado em 24/06/2015, às 12h20 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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aniversario - shutterstock
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Apesar de invisível, o tempo se faz presente em todos os momentos das nossas vidas. Mas... quem percebe? São tantas atribuições e responsabilidades no cotidiano que não sobra espaço para avaliarmos a relação que firmamos com esse companheiro implacável. Na verdade, há sim dois momentos nos quais refletimos sobre o tempo. O primeiro é o Ano Novo, quando revisamos os últimos 365 dias e, munidas de motivação e esperança, criamos uma lista de realizações a serem cumpridas. O segundo funciona de modo parecido, só que num tom mais particular. É o dia do aniversário, que coloca a nossa existência sob uma espécie de lente de aumento. “Essa é a única data em que a pessoa se apropria do tempo e faz os acontecimentos referirem- se a ela mesma, o que a torna importante”, diz o psicólogo Miguel Perosa (SP). A celebração, que acontece há milênios, com particularidades próprias de cada povo e cultura, remete à data do nascimento e nos convoca a comemorar a dádiva que é estar vivo. E, cá entre nós, avançar mais um degrau na escalada da vida, por si só, já é um bom motivo para comemorar! “Viver não é fácil. Precisamos aprender a encarar medos, inseguranças e falta de habilidade, coisas que só desenvolvemos à medida que vamos trilhando o nosso caminho. Portanto, olhar para trás e ver que sobrevivemos, que dominamos a vida e chegamos pron- tos para mais um ano é uma conquista”, observa a coach Heloísa Capelas* (SP).

Passado presente

A palavra aniversário, do latim anniversarius, significa “o que acontece todos os anos”. Emocionalmente falando, a data é um rito de passagem: indica que alcança- mos determinado ponto da nossa trajetória e que é hora de buscar outros desafios. “Registrar a data e retornar a ela faz parte do processo de construção da nossa identidade social e da consciência de quem somos. Quando apagamos as velinhas, estamos simbolicamente soprando a vida que já passou e tomando ciência das responsabilidades que a nova idade nos trará”, explica o antropólogo Roberto DaMatta (RJ). Antes de seguir adiante, no entanto, é comum revisitarmos momentos marcantes. “Vêm à tona lembranças das histórias contadas sobre o nosso nascimento, a nossa infância... Há alegrias e tristezas, ganhos e perdas. Tomados por esses pensamentos, refletimos sobre a nossa trajetória”, diz a monja Coen** (SP). É a chamada hora do balanço, que algumas vezes resulta num saldo negativo — o que acontece, sobretudo, quando vimos que as nossas escolhas e atitudes não nos ajudaram a caminhar na direção de sonhos e objetivos. Converter essa reflexão em desânimo, desistência ou força de vontade para fazer o melhor com os dias que virão depende de cada um. “Sai na frente quem escolhe aprender com as experiências e tornar-se uma pessoa mais madura. E, para tirar proveito das lições que os acontecimentos nos dão, é preciso olhar o passado com mais aceitação do que julgamento”, diz Miguel Perosa. Resumindo: arrepender-se do que já foi e ficar remoendo cada erro é dar ao passado o poder de estragar o presente. Pense nisso! 

Chegou a hora da verdade

Existe o outro lado da moeda, já que pensar na vida, invariavelmente, nos faz pensar na morte. Soa triste e até pesada a ideia de que cada ano a mais de vida é, também, um a menos. Afinal, nascemos e vivemos com uma única certeza: a de que um dia iremos partir. Mas até mesmo essa constatação pode ter uma função nobre. “Ela serve para que apreciemos e façamos valer cada instante das nossas vidas”, garante a monja Coen. Um pensamento antigo, atribuído ao filósofo romano Sêneca, diz que o tempo que nos é dado para viver só parece curto quando o vivemos de modo errado. Tratemos então de acertar os ponteiros, uma vez que sempre é possível fazer diferente e melhor. Aproveite essa passagem e questione-se se você está, realmente, usando o seu tempo como gostaria. 

* Está conseguindo saborear a vida ou está apenas sendo levada pelas circunstâncias?

* Que mudanças podem ser feitas para melhorar a sua satisfação? 

A dádiva mais preciosa

Comemorar o aniversário, ano após ano, nos coloca frente à ideia de renascimento. Afinal, encerramos um ciclo e festejamos um novo começo. Os judeus acreditam que, no dia do seu aniversário, a pessoa fica com a sorte aumentada, o que torna a data oportuna para avaliar a vida e tomar decisões. Seja qual for a sua crença, aproveite o simbolismo da data e as intenções positivas que recebe para, dali em diante, viver de forma que todo o dia seja digno de comemoração.